quarta-feira, 8 de setembro de 2010

Morungaba: janela para o mundo?

veja bem! não não: veja melhor! a foto... tá muito escura? ah "esse anelo de ver desvanecida a treva espessa que entre os raios de sol inda se filtra"... mas, veja, trata-se de uma foto temática. quando do aniversário da cidade, promoveu-se um concurso de fotografia e o tema não havia de ser outro senão "Morungaba sob o olhar do morungabense", ou palavras assim. daí que o blôgbo aqui - blêgbado não hein - eu então fui à casa do meu avô e saquei essa imagem do bolso da paisagem. é, se essa metáfora agora é descabida, àquele pictórico momento ciciei de mim para mim: "nossa, mano! [a foto é] a metáfora perfeita do torrão!" e metáforas são assim mesmo.
primeiro, veja, pelo que vem de primeiro plano: muito verde - e meu avô é palmeirense, cara, daqueles palestrinos, dos que já não nascem mais, nem na estância climática nem nenhures; e meu avô tem os olhos garços, ainda que de dentro de um olhar maduro, e o olhar da foto é dele, pois o quintal é dele, e o nome inscrito no concurso, claro, foi o dele. eu, repito, apenas saquei a imagem - sacal? sacana? sacador? eu saquei a imagem, confesso.
depois porque, veja, há muitas coisas brutas que, por ironia ou azedume, grassam em meio a doçuras - as mexericas estão evidentes, mas também tem jaboticabas e, estas, da cor dos olhos daquela menina bonita, quem as vê?
last but not least, porque justamente porque há pouca luz. quer dizer, veja, ainda resta uma frestinha, mas à margem. de modo, enfim, que ficamos num limbo, onde janelas não são janelas, ou são vitrôs ou não estão mais à parede; e onde os dias tornam-se tardes e as sombras não tardam a obnubilar.
é, eu sabia que meu avô não ia ganhar o concurso...
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