domingo, 17 de abril de 2011

já nas terceiras, marginal

— Então:
E principiou nova e inauditamente.
— você pode pensar achar muito distante o céu, mas se você mira estas águas o achará é mais profundo. É o que eu sinto quando me mergulho, líquido em líquido minando. Quando parece que alcanço, empurro. É como que eu falasse, céu primeiro o da boca: "Eu te amo!", toda palavra oca, mas eco primeiro de amor. E ela: "E eu te amo e te amo"; e eu mais entendesse; e ela entendesse mais que na verdade nadamos, juntos, mesma direção...
— E... há sentido?
— O céu, ó, que assim já não está tão distante, conquanto profundo e tanto...
— Sim... cintilante!
— É... Mas vai chover, não para de remar!
— "(...) não para, não para, não para..."...
Não, não paravam, até que chegasse uma outra margem. Era tarde, hora de eternidade. Estavam moídos, quase literalmente. Mas as palavras ainda guardariam ao menos a "salvação"... Pois tal como rádio cuja frequência instantâneo mudasse...
— "Mas diga uma palavra/ ser-me-á a salvação/..."*...
— Não é "sermeá", ô, é "semear", se-me-ar!
— Tá, tá bom. Então chega de aragem, rema!
Um riso correu as comissuras e se auscultou um compassado silêncio...

(*) Da música, também até então inaudita, cuja continuação seria "(...) Não caia na roubada/ me dê seu coração" [¾ · D G | · D G | E A G | D E F | · D G | F E ou mais ou menos isso]

sexta-feira, 15 de abril de 2011

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